O Fórum Descolonização: os Desafios de quem Vive em Estado de Emergência, que aconteceu na MITsp 2019, reúne artistas e pesquisadores que indagam, cada qual com base em suas experiências, como a arte lida – ou deixa de lidar – com os processos de descolonização. 

A encenadora Cibele Forjaz, o líder indígena David Karai Popygua, a ativista Raimunda Gomes da Silva e o ator Sidney Santiago discutem, nesta mesa, de que forma é possível superar os entraves do poder e como a arte pode ser ferramenta para essa superação. Christine Greiner, professora de Comunicação e semiótica da PUC-SP, faz a mediação do encontro.


Cibele Forjaz é diretora e iluminadora teatral. Docente de Artes Cênicas (ECA/USP) e do PPGAC. Em 30 anos de profissão, participou de 3 coletivos: Barca de Dionísios (1986/91); Teatro Oficina (1992/2001) e Cia.Livre, desde 1999. Dirigiu, entre outras peças: “A Paixão Segundo GH”, “Woyzeck”, “Arena Conta Danton”, “VemVai; Rainhas”, “Raptada pelo Raio”, “O Idiota”, “Xapiri”, “Galileu Galilei” e “Na Selva das Cidades”. Em 2018 realizou o pós-doutorado “A Morte e as Mortes do Rio Xingu” (PPGAS/FFLCH), com travessia de 9 meses pelo Rio Xingu.

David Karai Popygua é da etnia guarani-mbya. Morador da Terra Indígena do Jaraguá – Tekoa Ytu. Atual presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas de São Paulo (CEPISP), eleito em 2017. Líder guarani e professor do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio na E.E.I Djekupe Amba Arandu – TI Jaraguá. Há mais de dez anos atua na defesa dos direitos das comunidades da Terra Indígena do Jaraguá. Atualmente realiza a articulação política entre o Estado e as comunidades indígenas no estado de São Paulo.

Raimunda Gomes da Silva nasceu no Maranhão, filha de quebradeira de coco-babaçu, descendente de negros e indígenas. Atingida pela barragem de Tucuruí na década de 1970, migrou para Marabá e Altamira nos anos 1990. Em 2011, foi novamente atingida pela construção de outra barragem, a Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. Em 2014, Raimunda foi expulsa da ilha da Barriguda, onde morava com a família, tendo sua casa incendiada pelo órgão empreendedor. Desde então luta pelos direitos de voltar para a terra e para as margens do rio Xingu. É integrante do Movimento Xingu Vivo, Movimento Negro, Coletivo de Mulheres, Conselho Ribeirinho, Conselho em Defesa da Volta Grande do Xingu e Conselho de Defesa das Crianças Altamirenses.

Sidney Santiago é ator, produtor, pesquisador e militante das artes negras. Membro da Cia Os Crespos e do Selo Homens de Cor, atua em teatro, cinema, televisão e outras plataformas. É membro criador da revista Legítima Defesa e colaborador da revista O Menelick 2o Ato. No cinema, seus últimos trabalhos foram “Sequestro Relâmpago”, “O Prisioneiro da Liberdade”, “O Novelo” e “Lima Barreto, ao Terceiro Dia”, de Luís Antônio Pilar, no qual vive o personagem-título.