Para discutir o espaço do negro no meio artístico, a sul-africana Ntando Cele faz um paralelo com Otelo o mouro de Veneza descrito por Shakespeare, um dos raros protagonistas negros da história do teatro, que muitas vezes é interpretado por atores brancos. Ao longo da narrativa, ela intercala cenas de comédia stand-up, performance, videoarte, dança e música num ambiente que remete a uma casa noturna. Ntando perpassa a história de artistas negros e se transforma em personagens diversos – o próprio Otelo, uma comediante, uma rapper e uma go-go girl – para questionar estereótipos racistas no mundo da arte, que muitas vezes vê o corpo negro apenas como exótico e sexualizado.

Espetáculo registrado em setembro de 2020 no Schlachthaus Theater Bern

CLASSIFICAÇÃO: 14 anos
DURAÇÃO: 1 hora e 20 minutos

* O título do espetáculo, mantido no original em inglês, faz referência tanto ao personagem Otelo quanto aos go-go dancers e a à estética de cabaré que Ntando Cele apresenta no trabalho


Ntando Cele é performer e atriz sul-africana. Estudou atuação na Universidade de Durban e tem mestrado em Teatro na Dasarts-Amsterdam. Em 2014, fundou, com o compositor e músico Simon Ho e com o músico e consultor de dramaturgia Raphael Urweider, a Companhia Manaka Empowerment Productions, com sede em Berna (Suíça). O trabalho do grupo combina diversas linguagens – performance, música, texto, comédia stand-up e vídeo – para discutir questões como identidade, preconceito e estereótipo. Como artista independente, Ntando se envolve em muitos projetos, entre os quais oficinas e palestras sobre empoderamento e cura. Sua performance-concerto “Black Off” estreou em 2016, no Schlachthaus Theater Berne. Em 2020, convidou artistas negros para discutir a liberdade racial na palestra satírica “Enemy of Progress” e apresentou “Go Go Othello”, que debate o papel do negro nas artes.



Concepção e direção:
Ntando Cele e Raphael Urweider
Dramaturgia: Raphael Urweider
Performance: Ntando Cele
Composição e música ao vivo: Simon Ho
Composição, arranjos, loops e beats: Michael Sauter
Coreografia: Chera Mack
Design e técnica de luz: Maria Liechti
Design de som: Valerio Rodelli
Figurino: Rudolf Jost
Assistência de figurino: Isabela Gygax
Camareira: Faten Alabbas
Cenografia: Beni Küng
Assistente de cenografia: Jacqueline Weiss
Assistente de direção e tradução: Sandro Griesser
Tradução de Legendas inglês-alemão: Raphael Urweider
Tradução de Legendas inglês-francês: Marius Schaffter
Provocadora (vídeo): Phoebe Boswell
Provocadora (texto): Myah Jeffers
Provocadora (contexto): Izabel Barros
Fotos: Janosch Abel
Design gráfico: 
Lopetz Büro Destruct
Vídeo: Jost Nyffeler
Distribuição: Théâtre Vidy-Lausanne
Gerência de produção: Boss & Röhrenbach Production Manaka Empowerment
Produção: Schlachthaus Theater Berne, Théâtre St-Gervais Genève, Théâtre Vidy-Lausanne, Kaserne Basel (Expedition Suisse)
Apoio:
 Pro Helvetia, Kultur Stadt Bern, Amt für Kultur Kanton Bern, Burgergemeinde Bern, Migros-Kulturprozent, Schweizerische Interpretenstiftung, Gesellschaft zu Ober-Gerwern
Agradecimentos: Paula Charles, Myah Jeffers, Sita Thomas, Rachael Young, Nwando Ebizie, Cassandra Gurling, Meret Matter, Sam Pritchard, Amber Massie-Blomfield, Ruby Glaskin e Lorenz Gurtner – Dachstock Reitschule Bern