Celso Sim, Cibele Forjaz e Manoela Rabinovitch fazem uma abertura de processo de “Ué, Eu Ecoa Ocê’ U É Eu?”, performance audiovisual que dialoga com problemas do presente: a pandemia e o caos político. Em cena, os artistas apresentam um rito de antropologia funerária em homenagem aos indígenas mortos em decorrência da Covid-19, evocando os problemas de gestão da saúde e a situação de vulnerabilidade em que se encontram indígenas e também de outros povos, como quilombolas e ribeirinhos, além de biomas brasileiros. Em paralelo, surge outro rito, de canibalismo guerreiro, uma reação de caça ao inimigo. São duplos do mesmo ciclo, morte-vida e vida-morte, que podem ser lidos em qualquer sentido – como o palíndromo que dá nome ao trabalho.

A performance audiovisual tem duas versões, uma censurada (ela precisou ter cortes para ser apresentada em Brasília, em dezembro de 2020) e outra sem censura. Ambas serão transmitidas na sequência. 

CLASSIFICAÇÃO: 18 anos
DURAÇÃO: 45 minutos (as duas versões)


Celso Sim é músico, cineasta e produtor de arte. Estudou teatro com a diretora, educadora e atriz Myriam Muniz  (1984-1988). Trabalhou e estudou música com Jorge Mautner e Nelson Jacobina realizando espetáculos musicais pelo Brasil e Europa por 10 anos (1988-1998). Desde 1994 participa do Teatro Oficina Uzyna Uzona como cantor e compositor, de forma livre e colaborativa. Dirigiu o álbum “A Mulher do Fim do Mundo”, da cantora Elza Sores. Desde 2013, se dedica também ao cinema e a obras artísticas de intervenção urbana como o “Penetrável Genet/Experiência Araçá”, para a 10ª Bienal de Arquitetura e Urbanismo de SP, e o desdobramento da obra em longa-metragem. Tem vários discos lançados como cantor, compositor e produtor, sendo o mais recente, 2018, “O Amor Entrou como um Raio”, só com canções de Batatinha.

Cibele Forjaz é diretora e iluminadora de teatro, bacharel em direção teatral, mestre em Artes e doutora em Artes Cênicas (PPGAC/ECA/USP). Pós Doutorado no Programa de Antropologia Social da FFLCH/USP, é docente e pesquisadora do Departamento de Artes Cênicas (ECA/USP). Em 39 anos de profissão, participou de três coletivos de teatro: A Barca de Dionisos (1986-1991), Teatro Oficina Uzyna Uzona (1992-2001) e Cia.Livre, onde é diretora artística desde 1999. Trabalha com a Cia. Livre na fronteira entre a antropologia e o teatro, com o estudo e recriação de narrativas e cosmologias de povos ameríndios para as Artes Cênicas, desde 2006. 

Manoela Rabinovitch é fotógrafa, filmmaker e editora. Estudou cinematografia na Universidad del Cine, em Buenos Aires, e trabalha com diversos dispositivos narrativos, dialogando com a poética das imagens em projetos documentais, vídeos expositivos, cinema, performance, arte e tecnologia. Fez a direção de fotografia de “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, e “Partida”, de Caco Ciocler. Foi artista convidada do laboratório Fronteiras Permeáveis, de Vera Hamburger, e documentarista de três edições de Rural Scapes Laboratório em Arte e Tecnologia. Participa do coletivo de mulheres e pessoas transgênero DAFB (Diretoras e Assistentes de Fotografia do Brasil), que compõe as equipes de direção de fotografia no Brasil.


CANIBALISMO FUNERÁRIO – PERFORMANCE-RITO
Com: Cibele Forjaz, Wrykanã Pataxó e Mapulú Kamayurá (voz)
Produção Musical: Manoela Rabinovitch e Celso Sim
Contrarregragem: Rachid el Bakri
Fotografia e Montagem: Manoela Rabinovitch
Roteiro e direção: Cibele Forjaz & Manoela Rabinovitch

CANIBALISMO GUERREIRO
Com: Celso Sim e Wrykanã Pataxó
Produção Musical: Celso Sim
Contrarregragem: Rachid el Bakri
Fotografia e Montagem: Manoela Rabinovitch
Roteiro, montagem e direção: Celso Sim